O Sermão King Follet - Joseph Smith Jr.
O Sermão King Follet - Joseph Smith Jr.
O Presidente Joseph Smith pronunciou este sermão,
poucos meses antes de sua morte, perante aproximadamente vinte mil santos
durante a conferência da Igreja, em abril de 1844, ocasião também do funeral do
Élder King Follet. Este sermão é considerado um dos documentos
mórmons mais importantes, o último discurso do profeta em uma conferência
geral, no qual o grande profeta, aborda novas doutrinas e profunda
nosso entendimento. Infelizmente na época a igreja não possuía registro dos
discursos proferidos. Este discurso foi anotado por Willard Richards,
Wilford Woodruff, Thomas Bullock e William Clayton, e publicado pela primeira
vez no periódico “Times and Seasons”, em 15 de agosto de
1844, provavelmente Joseph falou muito mais do que temos nesse registro.
“O SERMÃO KING FOLLET”
A Pessoa e a Natureza de Deus — A Imortalidade da
Inteligência do Homem
Proferido pelo Profeta Joseph Smith
Queridos santos: Necessitarei da vossa atenção,
enquanto vos falo a respeito dos mortos. O passamento de nosso caro irmão Élder
King Follet, esmagado por uma caçamba de pedras dentro de uma mina, é o motivo
mais imediato que me leva a tocar nesse assunto. Fui solicitado a usar da
palavra por seus amigos e parentes, porém, visto que nesta congregação há
muitas pessoas, habitantes desta cidade como de outras partes, que perderam
bons amigos, sinto-me inclinado a falar de um modo geral, e vos ofereço minhas idéias,
na medida da minha capacidade, e até onde for inspirado pelo Santo Espírito a
me demorar nele.
Preciso de vossas orações e fé, para que possa ter
a instrução do Deus Onipotente e o dom do Espírito Santo, a fim de expor
verdades genuínas e que possam ser facilmente compreendidas por vós, e para que
o testemunho possa levar ao vosso coração e mente a certeza da veracidade de
minhas palavras. Rogai que o Senhor fortaleça meus pulmões, e que as orações
dos santos atinjam os céus, a fim de que entrem nos ouvidos do Senhor dos
Exércitos, pois as solicitações dos justos podem muito em seus efeitos. Aqui
existe força, e acredito firmemente que vossas orações serão ouvidas.
Antes de entrar propriamente no exame deste
assunto, gostaria de preparar o terreno, abordando-o do princípio, para que
possais entendê-lo melhor. Considerarei alguns fatos preliminares, a fim de que
compreendais o assunto quando eu chegar a ele. Não espero nem pretendo deleitar
os vossos ouvidos com palavras ou oratória supérfluas, ou com muita erudição;
mas planejo (tenciono) edificar-vos com as singelas verdades dos céus.
O Caráter de Deus
Em primeiro lugar, desejo voltar ao início — ao
despontar da criação. É ali o ponto de partida que devemos procurar, para que
possamos entender e conhecer plenamente a vontade, os propósitos e os decretos
do Grande Eloim, assentado acima dos céus, como estava na criação do mundo. É
necessário, de começo, que tenhamos uma compreensão do próprio Deus. Se
partirmos do ponto certo, será fácil continuar pelo caminho certo todo o tempo;
mas, se começarmos errado, continuaremos assim e será muito difícil retroceder.
Existem apenas uns poucos seres no mundo que
entendem devidamente o caráter divino. A grande maioria da humanidade não
compreende coisa alguma, seja do que passou ou do que está para vir, no que diz
respeito ao seu relacionamento com Deus. Eles não conhecem, nem tampouco
entendem a natureza dessa conexão; e conseqüentemente, sabem pouco mais que o
animal irracional, ou seja, pouco mais do que comer, beber e dormir. Isso é
tudo o que o homem sabe sobre Deus e a sua existência, a não ser o que lhe seja
dado pela inspiração do Todo-Poderoso.
Se um homem nada aprende além de comer, beber e
dormir, e não compreende nenhum dos desígnios de Deus, o irracional entende as
mesmas coisas. Ele come, bebe, dorme, e nada sabe a respeito de Deus; assim,
conhece tanto quanto nós, a não ser que sejamos capazes de perceber pela
inspiração do Deus Onipotente. Se os homens não compreendem o caráter de Deus,
não entendem a si próprios. Quero voltar ao princípio e, assim, elevar vossas
mentes a esferas mais altas e a uma compreensão mais aguda que a comumente
aspirada pela mente humana.
Que Espécie de Ser é Deus?
Quero pedir a esta congregação, a cada homem,
mulher e criança, que responda para si mesmo à pergunta: Que espécie de ser é
Deus? Perguntai a vós mesmos; voltai vossos pensamentos para vosso coração, e
dizei se algum de vós já viu, ouviu ou comungou com ele? Esta é uma pergunta
que pode ocupar-vos por longo tempo. Repito-a: Que espécie de ser é Deus? Algum
homem ou mulher o sabe? Alguém dentre vós o terá visto, ouvido, ou comungado
com ele? Eis o fato que talvez ocupe vossa atenção daqui por diante. As
Escrituras informam-nos que “a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só,
por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)
Se qualquer homem não conhece Deus, e indaga que
espécie de ser ele é — caso procure diligentemente em seu próprio coração — se
a afirmativa de Jesus e dos apóstolos é verdadeira, compreenderá que não tem
vida eterna; pois não pode haver vida eterna baseada em nenhum outro princípio.
Meu primeiro objetivo é descobrir o caráter do
único Deus sapiente e verdadeiro, e que espécie de ser ele é; e, caso seja eu
um afortunado por compreender a Deus, e de poder explicar ou comunicar seus
princípios a vossos corações, de modo que o Espírito os sele sobre vós, então
que todos se sentem em silêncio daqui em diante, ponham as mãos sobre a boca e
nunca mais levantem a mão ou a voz, ou digam qualquer coisa contra o homem de
Deus ou os servos de Deus. Mas, se eu fracassar nisto, será meu dever renunciar
a qualquer pretensão a mais revelações e inspirações, ou de ser um profeta; aí
tornar-me-ei igual ao resto do mundo — um falso mestre, aclamado como amigo, e
nenhum homem buscará minha vida. Mas, se todos os mestres religiosos fossem
suficientemente honestos para renunciar a suas pretensões de santidade, quando
se torna manifesta sua ignorância no tocante ao conhecimento de Deus, estariam
em tão má situação quanto eu, pelo menos; e vós poderíeis tirar igualmente a
vida de outros falsos mestres como a minha. Se qualquer homem está autorizado a
matar-me, porque pensa ou afirma que sou um falso mestre, então, baseados no
mesmo princípio, estaríamos justificados em exterminar todos os falsos mestres,
e onde acabaria o derramamento de sangue? E quem não seria atingido?
O Privilégio da Liberdade
Religiosa
Mas não vos metais com qualquer homem por causa de
suas idéias religiosas; todos os governos deveriam permitir que cada pessoa
seguisse sua fé, sem ser molestada. Ninguém tem autoridade para matar por
diferença de religião, que todas as leis e governos deveriam tolerar e
proteger, certas ou erradas. Todo homem possui o direito natural e, em nosso
país, o direito constitucional, de ser um falso profeta, bem como um profeta
verdadeiro. Se eu provar, verdadeiramente, que tenho a verdade de Deus e também
que noventa e nove de cada cem ministros religiosos professos são falsos
mestres sem nenhuma autoridade, embora pretendam possuir as chaves do reino de
Deus na terra, e fosse matá-los por serem falsos mestres, iria inundar de
sangue o mundo inteiro.
Provarei que o mundo está errado, mostrando quem é
Deus. Examinemo-lo, pois quero que todos vós o conheçais e estejais
familiarizados com ele; e se eu vos estou levando a certo conhecimento dele,
todas as perseguições contra mim deveriam cessar. Então sabereis que sou o
servo dele, pois falo como alguém investido de autoridade.
Deus — Um Homem Exaltado
Para mostrar que espécie de ser é Deus, voltarei ao
princípio, antes que o mundo existisse. Que tipo de ser era Deus no início?
Abri vossos ouvidos e corações, ó vós, confins da terra, pois vou provar-vos
isto pela Bíblia, e contar-vos sobre os desígnios divinos em relação à raça
humana, e por que ele interfere nos negócios do homem.
O próprio Deus já foi como somos agora — ele é um
homem exaltado, entronizado em céus distantes! Esse é o grande segredo. Se o
véu se rompesse hoje, e o grande Deus que mantém este mundo em sua órbita, e
que sustenta todos os mundos e todas as coisas por seu poder, se fizesse
visível — digo se vós pudésseis vislumbrá-lo hoje, vê-lo-íeis em forma de homem
— como vós em toda pessoa, imagem e na própria forma de um homem; pois Adão foi
criado à própria imagem e semelhança de Deus, e dele recebia instruções e com
ele andava, falava e conversava, exatamente como um homem fala e conversa com
outro.
A fim de entendermos a questão dos mortos, para
consolo dos que choram a perda de amigos, é necessário que entendamos o caráter
e a natureza de Deus, e como ele veio a ser assim, pois vou contar-vos como
Deus veio a ser Deus. Temos imaginado e suposto que Deus é Deus desde todo o
sempre. Eu refutarei esta idéia e retirarei o véu, para que possais enxergar.
Estes conceitos são incompreensíveis para alguns,
embora muito simples. O primeiro princípio do evangelho é conhecermos com toda
certeza o caráter de Deus e saber que podemos falar com ele, assim como os
homens falam uns com os outros, e que ele já foi um homem como nós; sim, que o
próprio Deus, o Pai de todos nós, habitou sobre uma terra, tal como o próprio
Jesus Cristo o fez; e vou prová-lo pela Bíblia.
O Poder do Pai e do Filho
Desejaria estar num local apropriado para dizê-lo,
e dispor da trombeta de um arcanjo, de modo que pudesse contar a história de
tal maneira, que a perseguição cessasse para sempre. O que declarou Jesus?
(Tome nota, Élder Rigdon!) As Escrituras informam-nos que Jesus disse que, como
o Pai tem poder em si mesmo, da mesma forma deu também poder ao Filho — para
fazer o que? Ora, o mesmo que fez o Pai. A resposta é óbvia — de certo modo,
dar a vida e tornar a tomá-la. Jesus, o que irás fazer? Vou dar a minha vida
como meu Pai fez, e tomá-la novamente. Acreditais nisso? Se não credes nisto,
não credes na Bíblia. As escrituras é que o afirmam, e eu desafio toda a
sabedoria e conhecimento e mais todos os poderes combinados do inferno e da
terra que o refutem. Aqui, então, está a vida eterna — conhecer o único Deus
sábio e verdadeiro; e tereis que aprender como tornar-vos deuses vós mesmos, e
como serdes reis e sacerdotes para Deus, da mesma forma como todos os deuses
fizeram antes de vós, isto é, passando de um pequeno degrau para outro, de uma
capacidade menor para outra maior; de graça em graça, de exaltação em
exaltação, até que consigais ressuscitar os mortos e sejais capazes de habitar
em fulgores eternos e de assentar-vos em glória, como aqueles que estão
entronizados em poder infinito. E quero que saibais que Deus, nestes últimos
dias, enquanto certos indivíduos estão proclamando seu nome, não está brincando
comigo ou convosco.
Os Justos Habitarão em
Fulgores Eternos
Estes são os primeiros princípios de consolo. Quão
animador não é para os enlutados, quando se separam do marido, mulher, pai,
mãe, filho ou parente querido, saber que, embora o tabernáculo terreno seja
abandonado e decomposto, eles ressuscitarão novamente para habitar nos fulgores
eternos, em glória imortal, não para afligir-se, sofrer ou morrer ainda, mas
para serem herdeiros de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo. O que significa
isto? Herdar o mesmo poder, a mesma glória e a mesma exaltação, até que
atinjais a categoria de um Deus e ascendais ao trono de poder eterno, como os
que já vos antecederam. O que fez Jesus? Ora, eu faço as coisas que vi meu Pai
fazer, quando os mundos rolaram para a existência. Meu Pai construiu seu reino
com temor e tremor, e tenho que fazer o mesmo; e quando Eu conseguir o meu
reino, apresentá-lo-ei ao meu Pai, a fim de que ele possa obter reino sobre
reino, e isto o exaltará em glória. Ele então tomará uma exaltação maior e eu
ocuparei o seu lugar, tornando-me assim também exaltado. De modo que Jesus
segue as pegadas de seu Pai, e herda o que Deus fez antes, e assim Deus é
glorificado e exaltado na salvação e exaltação de todos os seus filhos. É tão
evidente, que não admito refutações, e assim aprendeis alguns dos primeiros
princípios do evangelho, sobre os quais tanto se fala.
Quando galgais uma escada, sois obrigados a começar
de baixo e subir degrau por degrau, até chegar no alto; o mesmo acontece com os
princípios do evangelho — deveis começar com o primeiro, e ir continuando até
que tenhais aprendido todos os princípios de exaltação. Mas ainda levará bastante
tempo depois de terdes passado pelo véu, até que os tenhais aprendido. Nem tudo
é para ser compreendido neste mundo; será um trabalho árduo aprendermos sobre
nossa salvação e exaltação, mesmo no além-túmulo. Suponho que não me é
permitido entrar no exame de qualquer coisa que não esteja contida na Bíblia.
Se eu o fizesse, acho que aqui há tantos homens extremamente sapientes, que
logo começariam a gritar “traição” e me matariam. Assim, pois, voltarei à velha
Bíblia e me tornarei hoje um comentador.
O Significado das Escrituras
Hebraicas
Irei comentar a primeira palavra hebraica da
Bíblia; farei um estudo da primeira sentença da história da criação na Bíblia —
berosheit. Quero analisar o vocábulo: bait = em, por, através e assim por
diante; rosh = a cabeça; sheit = terminação gramatical. Quando foi escrito pelo
autor inspirado, ele não colocou ali o termo bait. Foi um antigo judeu, sem
qualquer autoridade, que o acrescentou, pois não achou conveniente começar
falando da cabeça! Originalmente, dizia: “O cabeça dos Deuses fez aparecer os
Deuses.” É este o verdadeiro sentido das palavras. Baurau significa causar,
fazer aparecer. Se não acreditais, estais descrendo do homem erudito de Deus.
Os doutos não vos poderiam ensinar mais do que eu estou falando. Assim, o
cabeça dos Deuses fez aparecer os Deuses no grande conselho.
Vou transportar isto para a língua inglesa e
simplificá-lo. Oh, vós, advogados, doutores e sacerdotes que me tendes
perseguido, quero que saibais que o Espírito Santo conhece alguma coisa tão bem
quanto vós. O cabeça dos Deuses conclamou os Deuses e com eles assentou-se em
grande conselho, para fazer surgir o mundo. Os grão-conselheiros, sentados ao
lado do cabeça, contemplaram a formação dos mundos que foram criados naquele
tempo. Quando falo de doutores e advogados, refiro-me aos doutores e advogados
das Escrituras. Prossegui até este ponto sem uma explicação, para deixar os
advogados confundidos e todos rirem deles. Alguns dos cultos doutores podem ter
o desejo de dizer que as Escrituras afirmam isto e aquilo, que devemos crer nas
Escrituras, e que elas não devem ser alteradas. Mas eu irei mostrar-vos um erro
nelas.
Possuo uma velha edição do Novo Testamento em
latim, hebraico, alemão e grego. Estive lendo a versão alemã e descobri que é a
mais correta das traduções, e que mais de perto corresponde às revelações que
tenho recebido de Deus nos últimos catorze anos. Ali se fala de Jacobus, o
filho de Zebedeu, o que quer dizer Jacó. No Novo Testamento, em inglês, foi
traduzido como Tiago. Ora, se Jacó tivesse as chaves, poderíeis falar de Tiago
por toda a eternidade, sem nunca conseguir tais chaves. No versículo 21 do
quarto capítulo de Mateus, a minha velha edição alemã dá a palavra Jacó, em
lugar de Tiago.
Os doutores (isto é, os doutores da lei, não os
médicos) dizem: “Se pregardes qualquer coisa que não esteja de acordo com a
Bíblia, gritaremos traição.” Como poderemos escapar da condenação do inferno, a
não ser que Deus esteja conosco e nos dê revelações? Os homens agrilhoam-nos
com correntes. A versão latina diz Jacobus, que quer dizer Jacó; a em hebreu
fala em Jacó, a grega diz Jacó e a alemã traz Jacó; aqui temos o testemunho de
quatro contra um. Graças dou a Deus por ter este velho livro; mas ainda lhe
agradeço mais pelo dom do Espírito Santo. Consegui o livro mais antigo do
mundo; mas possuo o livro mais antigo no coração, mesmo o dom do Espírito
Santo. Tenho todos os quatro Testamentos. Vinde aqui, ó vós, homens letrados e
lede-os, se puderdes. Eu não teria apresentado este testemunho, se não fosse
para defender a questão da palavra rosh — o cabeça, o Pai dos Deuses. Não o
teria trazido à baila, somente para mostrar que estou certo.
Um Conselho dos Deuses
No princípio, o cabeça dos Deuses convocou um
conselho dos Deuses; e estes se reuniram e engendraram (prepararam) um plano
para criar o mundo e povoá-lo. Quando começamos a aprender desta maneira,
conheceremos o único Deus verdadeiro e a que espécie de ser temos que adorar.
Possuindo um conhecimento de Deus, começamos a saber como aproximarmo-nos dele
e como pedir para que recebamos uma resposta.
Quando entendemos o caráter de Deus, e sabemos como
nos aproximar dele, ele começa a nos desvendar os céus e a nos falar sobre
eles. Quando estamos prontos a ir a ele, ele está pronto para vir a nós.
Agora pergunto a todos os que me ouvem, por que os
homens doutos que pregam a salvação, dizem que Deus criou os céus e a terra do
nada? O motivo é que eles são ignorantes nas coisas de Deus, e não têm o dom do
Espírito Santo; consideram blasfêmia se alguém contradiz suas idéias. Se lhes
dizeis que Deus fez o mundo a partir de alguma coisa, eles vos chamarão de
parvos. Mas eu sou informado e sei mais do que todo o mundo reunido. Em última
instância, o Espírito Santo sabe, e ele está dentro de mim e compreende mais do
que o mundo inteiro; e eu me associarei a ele.
O Significado da Palavra Criar
Se perguntardes aos cultos doutores por que afirmam
que o mundo foi feito do nada, responderão: “Acaso não diz a Bíblia que ele
criou o mundo?” Eles inferem do verbo criar que deve necessariamente ter sido
feito do nada. Bem, a palavra criar provém do termo “baurau”, que não significa
criar do nada; quer dizer organizar; a mesma coisa como se o homem organizasse
materiais e construísse um navio. Dali, deduzimos que Deus dispunha da matéria
em estado de caos para organizar o mundo — a matéria caótica, que constituem os
elementos, e na qual habita toda a glória. Os elementos tiveram sua existência
simultaneamente com a de Deus. Os princípios puros dos elementos nunca podem ser
destruídos; podem ser organizados e reorganizados, mas não destruídos. Não
tiveram início e não poderão ter fim.
O Espírito Imortal
Tenho ainda outro assunto no qual me demorarei, que
se destina a exaltar o homem; porém, é-me impossível falar muita coisa sobre
ele. Por isso, só vou tocá-lo de leve, pois o tempo não me permite dizer tudo.
Relaciona-se com a ressurreição dos mortos — isto é, a alma — a mente do homem
— o espírito imortal. De onde terá vindo? Todos os homens cultos e doutores de
divindade dizem que Deus o criou no princípio; mas não é assim; a meu ver, a
própria idéia diminui o homem. Não creio nessa doutrina; eu conheço a verdade.
Escutai, ó vós, confins da terra, pois o próprio Deus mo disse; e se não
acreditais em mim, isso não invalidará a verdade. Eu farei o homem, que não
crê, parecer um tolo antes de haver terminado. Vou falar de coisas mais nobres.
Dizemos que o próprio Deus é um ser auto-existente.
Quem vo-lo disse? É bastante correto; mas, como entrou na vossa mente? Quem vos
contou que o homem não existe da mesma forma, sob os mesmos princípios? O homem
existe sob os mesmos princípios. Deus fez um tabernáculo e nele colocou um
espírito, tornando-o, assim, uma alma vivente. (Refere-se à Bíblia) Como está
em hebraico? Em hebraico o texto não diz que Deus criou o espírito do homem.
Diz: “Deus formou o homem do pó da terra e colocou nele o espírito de Adão e,
assim, tornou-se um corpo vivente”.
A mente ou inteligência possuída pelo homem é
semelhante (co-eterna) à do próprio Deus. Sei que meu testemunho é verdadeiro;
portanto, quando falo a estes enlutados, o que eles perderam? Seus parentes e
amigos estão apenas separados de seus corpos por pouco tempo; seus espíritos
que existiram com Deus deixaram o tabernáculo de argila por um momento apenas,
pode-se dizer; e agora existem num lugar onde conversam uns com os outros,
exatamente como fazemos na terra.
Estou-me estendendo sobre a imortalidade do
espírito do homem. Seria lógico dizer que a inteligência dos espíritos é
imortal e, ainda assim, teve um princípio? A inteligência dos espíritos não
teve início, nem terá fim. Isto é absolutamente lógico. Aquilo que tem um princípio,
pode ter um fim. Nunca houve um tempo em que não existissem espíritos; pois
eles são semelhantes (co-eternos) a nosso Pai Celestial.
Desejo falar mais sobre o espírito humano, pois
estou tratando do corpo e do espírito do homem — da questão dos mortos. Tomo
este meu anel e o comparo à mente do homem — a parte imortal, porque não tem
nenhum princípio. Suponho que o corteis em dois; então terá um princípio e um
fim; mas basta juntá-los novamente e continuará um círculo eterno. Assim
acontece com o espírito do homem. Como o Senhor vive, se teve um começo, terá
que ter um fim. Todos os homens tolos, instruídos e sábios, desde o princípio
da criação, que dizem que o espírito do homem teve um princípio, provam que ele
terá que ter um fim; e se esta doutrina é correta, então a doutrina do
aniquilamento seria verdadeira. Mas, se eu estou certo, posso destemidamente
proclamar do alto dos telhados, que Deus jamais teve o poder de criar o
espírito do homem. Deus, ele mesmo, não poderia criar a si próprio.
A inteligência é eterna e existe sob um princípio
auto-existente. É um espírito de era em era, e nada tem a ver com criação.
Todos os intelectos e espíritos que Deus constantemente manda ao mundo são
suscetíveis de engrandecimento.
O Poder Para Progredir em
Conhecimento
Os primeiros princípios do homem são
auto-existentes com Deus. O próprio Deus, vendo-se em meio de espíritos e
glória, porque era mais inteligente, achou próprio instituir leis para que os
demais pudessem ter o privilégio de progredir com ele. Nosso relacionamento com
Deus coloca-nos em posição de avançar em conhecimento. Ele tem poder para
instituir leis, a fim de instruir as inteligências menos dotadas, que se possam
exaltar como ele próprio, e assim, terem glória sobre glória, e todo o
conhecimento, poder, glória e inteligência, que são requisitos a fim de
salvá-las no mundo dos espíritos.
Isso é doutrina sã. Tem gosto bom. Posso provar os
princípios de vida eterna, e vós também. São-me dados pelas revelações de Jesus
Cristo; e eu sei que, quando vos digo estas palavras de vida eterna, como me
são dadas, vós as provais e acreditais nelas, eu sei. Dizeis que o mel é doce,
e assim digo eu. Posso provar também o espírito de vida eterna. Sei que ele é
bom; e quando vos falo dessas coisas que me foram dadas pela inspiração do
Santo Espírito, estais obrigados a recebê-las como doces, regozijando-vos mais
e mais.
A Relação do Homem Para Com
Deus
Quero falar mais da relação do homem para com Deus.
Abrirei vossos olhos quanto aos mortos. Todas as coisas, sejam quais forem que
Deus, em sua infinita sabedoria, achou conveniente revelar-nos, enquanto
vivemos na mortalidade, a respeito de nossos corpos mortais, são-nos reveladas
de maneira abstrata e independente da afinidade desse tabernáculo mortal, mas
são reveladas ao nosso espírito precisamente como se não tivéssemos corpo
algum; e essas revelações, resgate de nossos espíritos, salvarão nossos corpos.
Deus no-las revela, em vista da não dissolução eterna do corpo ou tabernáculo.
Daí a responsabilidade, a terrível responsabilidade que cai sobre nós quanto
aos nossos mortos; porque todos os espíritos que não obedecerem ao Evangelho na
carne, têm que fazê-lo no espírito, ou serão condenados. Que pensamento solene!
— que pensamento medonho! Não há nada que possa ser feito? — nenhum preparativo
— nenhuma salvação para nossos pais e amigos que morreram sem ter tido a
oportunidade de obedecer aos decretos do
Filho do Homem? Quisera Deus que eu tivesse
quarenta dias e noites para dizer-vos tudo. Eu vos faria saber que não sou um
“profeta decaído.”
Nossa Maior Responsabilidade
Quais as promessas feitas quanto ao assunto da
salvação dos mortos? E que espécie de caráter têm os que podem ser salvos, a
despeito de seus corpos estarem-se desfazendo e decompondo debaixo da terra?
Quando seus mandamentos nos ensinam, é em termos de eternidade, pois somos
encarados por Deus como se ali estivéssemos; Deus vive na eternidade e não
encara as coisas como nós.
A maior responsabilidade neste mundo que Deus nos
impôs é a de buscar nossos mortos. O apóstolo diz que “eles sem nós não …
(podem ser) aperfeiçoados”; por isso, era necessário que tivéssemos em nossas
mãos o poder de selar nossos filhos e nossos mortos, para a plenitude da
dispensação dos tempos — uma dispensação para cumprir as promessas feitas por
Jesus Cristo, antes da fundação do mundo para o resgate do homem.
Agora falarei deles. Irei ao encontro de Paulo.
Digo-te, Paulo, tu não podes ser aperfeiçoado sem nós. É necessário que aqueles
que nos precederam e os que nos seguirão sejam salvos juntamente conosco; e
isto Deus tornou obrigatório ao homem. Por isso, falou: “Eis que eu vos envio o
Profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor, e (ele)
converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais;
para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Malaquias 4:5-6)
Uma Salvação Para os Homens
Dirijo-vos algumas palavras sobre o que fez Deus
para ajustar as condições do homem — antes da fundação do mundo. O que nos
disse Jesus? Todo pecado, toda blasfêmia e qualquer transgressão, exceto uma,
que o homem possa cometer, poderá ser perdoada; e há um resgate para todos os
homens, seja neste mundo ou no mundo vindouro, que não tenham cometido o pecado
imperdoável, havendo uma provisão neste mundo ou no mundo dos espíritos. Por
isso, Deus fez uma provisão para que todo espírito no mundo eterno possa ser
alcançado e salvo, se não tiver cometido o pecado imperdoável para o qual não
existe remissão nem neste mundo e nem no mundo dos espíritos. Deus realizou uma
salvação para todos os homens, a não ser aqueles que cometeram certo pecado; e
todo aquele que tem um amigo no mundo eterno pode salvá-lo, contanto que este
não tenha cometido o pecado imperdoável. E assim vereis até que ponto podeis
ser um salvador.
O Pecado Imperdoável
O homem não pode cometer o pecado imperdoável após
a dissolução do corpo, e existe um meio possível para escapar. O conhecimento
salva o homem; e no mundo dos espíritos, ninguém pode ser exaltado, senão pelo
conhecimento. Enquanto não atentar para os mandamentos, tem que ficar sem
salvação. Se um homem tiver conhecimento, pode ser redimido; não obstante, se
tiver sido culpado de graves pecados, será punido por eles. Mas, quando
consente em obedecer ao evangelho, seja aqui ou no mundo dos espíritos, ele é
salvo.
O homem é seu próprio atormentador e seu próprio
condenador. Daí o dito: “Eles serão lançados no ardente lago de fogo e
enxofre.” A tortura do desapontamento na mente humana é tão lancinante, como um
lago de fogo e enxofre. Digo-vos, assim é o tormento do homem.
Eu conheço as Escrituras e as entendo. Digo que
nenhum homem pode cometer o pecado imperdoável após a dissolução do corpo,
tampouco nesta vida antes de receber o Espírito Santo; mas eles têm que fazê-lo
neste mundo. Portanto, a salvação de Jesus Cristo foi operada para todos os
homens, a fim de triunfar sobre o demônio; porque, se esta salvação não o
alcança em um lugar, fá-lo-á em outro, pois ele se levantou como um Salvador.
Todos terão que sofrer até que obedeçam ao próprio Cristo.
A contenda nos céus deveu-se ao seguinte — Jesus
disse que certas almas não seriam salvas; e o demônio afirmou que ele salvaria
a todas elas e expôs seus planos diante do grande conselho, o qual votou em
favor de Jesus Cristo. Por isso, o demônio rebelou-se contra Deus e foi
expulso, junto com todos os que se colocaram ao lado dele. (Pérola de Grande
Valor — Moisés 4:1-4; Abraão 3:23-28)
O Perdão dos Pecados
Todos os pecados serão perdoados, exceto aquele
contra o Espírito Santo, pois Jesus salvará a todos, exceto os filhos de
perdição. O que deve fazer o homem para cometer o pecado imperdoável? Tem que
receber o Espírito Santo, ter os céus abertos a ele e conhecer Deus, e depois
pecar contra ele. Depois de haver pecado contra o Espírito Santo, para ele não
há mais arrependimento. Terá de dizer que o sol não brilha, enquanto o vê; terá
de contestar Jesus Cristo, quando os céus lhe forem abertos, e negar o plano de
salvação, com os olhos abertos para a realidade dele; e desse momento em
diante, passa a ser um inimigo. É este o caso de muitos apóstatas d’A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Quando um homem começa a ser inimigo dessa obra,
ele me persegue, procura matar-me e nunca deixa de ter sede do meu sangue. Ele
apanha o espírito do demônio — o mesmo espírito possuído por aqueles que
crucificaram o Senhor da Vida — o mesmo espírito que peca contra o Espírito
Santo. Ninguém pode salvar essas pessoas; ninguém pode induzi-las ao
arrependimento; elas estão em guerra declarada, como o demônio, e terríveis
serão as conseqüências.
Advirto-vos a todos, sede cuidadosos no que fazeis,
ou poderá acontecer que pouco a pouco descubrais que fostes enganados. Não
arredeis pé; não transijais; não deis nenhum passo impensado, podeis ser
salvos. Se houver em vós um espírito de amargura, não vos precipiteis. Podeis
achar que aquele homem é um pecador. Bem, caso ele se arrependa, será perdoado.
Sede cautelosos: aguardai. Se encontrardes um espírito que quer derramar sangue
— matar, o mesmo não é de Deus, mas do demônio. Pois do que há em abundância no
coração humano, disso a boca fala. (Mateus, 12:34).
“Na Casa de Meu Pai”
Os melhores homens produzem as melhores obras. O
homem que vos falar palavras de vida é quem vos poderá salvar. Previnovos
contra todos os de mau caráter que pecam contra o Espírito Santo; pois para
eles não há redenção neste mundo e tampouco no vindouro.
Eu poderia remontar ao princípio e traçar todos os
aspectos do relacionamento entre Deus e o homem, se tivesse tempo. Poderia
entrar na consideração dos mistérios; poderia abordar amplamente sobre mundos
eternos, pois Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse
assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.” (João 14:2) Paulo diz:
“Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas;
porque uma estrela difere em glória doutra estrela. Assim também a ressurreição
dos mortos.” (I Coríntios 15:41-32) O que temos para consolar-nos quanto aos
mortos? Temos motivo para a maior esperança e consolo para nossos mortos entre
todos os povos da terra; porque nós os vimos andar em retidão entre nós e
vimo-los cair adormecidos nos braços de Jesus; e aqueles que morreram na fé,
estão agora no reino celestial de Deus. E ali é a glória do sol.
Os Justos Que Pranteiam Terão
Motivo Para Regozijar-se
Falando da morte do Élder King Follet, vós que o
pranteais, tendes motivo de regozijo, pois vosso marido e pai irá aguardar até
a ressurreição dos mortos — até o aperfeiçoamento dos que ficaram; porque na
ressurreição, vosso amigo ressuscitará em perfeita felicidade e irá para a
glória celestial, enquanto muitos terão que esperar miríades de anos até
poderem receber as mesmas bênçãos; e vossas expectativas e esperanças estão
muito acima do que o homem pode conceber; pois, por que Deus no-lo revelou?
Estou autorizado a dizer-vos, pela autoridade do
Espírito Santo, que não tendes nenhum motivo para temer; pois ele (Irmão
Follet) se foi para o lar dos justos. Não vos lamenteis; não pranteeis. Eu o
sei pelo testemunho do Espírito Santo que está em mim, e podeis esperar que
vossos amigos venham ao vosso encontro na alva do mundo celestial.
Regozijai-vos, ó Israel! Vossos amigos que foram
assassinados nas perseguições por amor à verdade, triunfarão gloriosamente no
mundo celestial, enquanto seus matadores estarão contorcendo-se por séculos em
tormentos, mesmo até que tenham pago o último vintém. Eu falo isto para o
benefício dos estranhos.
Tenho pai, irmãos, filhos e amigos que se foram
para o mundo dos espíritos. Eles estão ausentes apenas por um momento. Estão em
espírito e logo voltaremos a nos encontrar. Logo chegará o tempo de soar a trombeta.
Quando partirmos, iremos saudar nossas mães, pais, amigos, e todos a quem
amamos e que morreram em Jesus. Então não haverá mais temor algum de turbas,
violências ou maliciosos mandados judiciais e prisões; mas será uma felicidade
eterna.
O Batismo
Deixarei este assunto por aqui, e falarei umas
poucas coisas a respeito do batismo. O batismo de água, sem o acompanhamento do
batismo de fogo e do Espírito Santo não tem valor algum; eles são necessária e
inseparavelmente ligados. Um indivíduo tem que ter nascido da água e do
Espírito, a fim de entrar no reino de Deus. O texto em alemão testifica-me
sobre o que tenho recebido e ensinado nos últimos quatorze anos. Possuo a prova
para lançar-lhes em rosto. Meu testemunho esteve certo o tempo todo. Podereis encontrá-lo
na declaração de João Batista. (Lê a versão alemã.) João diz: “Eu vos batizo
com água, mas quando vier Jesus, que tem o poder (ou chaves), ele administrará
o batismo de fogo e o Espírito Santo.” Grande Deus! Que fim levou agora todo o
mundo sectário? E se este testemunho é verdade, todos estão condenados tão
claramente como o pode o anátema. Eu sei que o texto é correto. Peço que todos
os alemães que sabem ser isto verdade, que digam: Sim. (Altos brados de “sim”).
Alexander Campbell, como ides salvar o povo apenas
com água? Pois João não disse que seu batismo de nada valia, sem o batismo de
Jesus Cristo? “Pelo que, não deixando os rudimentos da doutrina de Cristo,
prossigamos até a perfeição; não lançando de novo o fundamento do
arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e
da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto
faremos, se Deus o permitir.” (Hebreus 6:1-3)
Existe um Deus, um Pai, um Jesus, uma esperança de
nosso chamado, um batismo. *** Muitos dizem que o batismo não é essencial para
que nos salvemos; mas esse tipo de ensinamento lançará o alicerce da nossa
condenação. Eu tenho a verdade, e desafio o mundo a que me contradiga, se
puder.
Agora preguei um pouco de latim, um pouco de
hebraico, grego e alemão, e cumpri com tudo. Não sou tão tolo quanto muitos me
julgam. Os alemães sabem que li o alemão corretamente.
Um Chamado ao Arrependimento
Ouvi, ó vós, confins da terra — todos vós,
sacerdotes, todos vós, pecadores, e todos os homens. Arrependei-vos! Obedecei
ao Evangelho. Voltai a Deus, pois vossa religião não vos poderá salvar, e
sereis condenados. Não posso dizer por quanto tempo. Tem havido comentários a
respeito de serem todos os homens redimidos do inferno; mas digo-vos que aqueles
que pecam contra o Espírito Santo, não podem ser perdoados nem neste mundo e
nem no vindouro; eles sofrerão a segunda morte. Aqueles que cometem o pecado
imperdoável, são condenados ao Gnolom — a habitar no inferno, mundos sem fim.
Como maquinaram cenas de matança neste mundo, assim ressurgirão naquela
ressurreição que é como o lago de fogo e enxofre. Alguns irão para os fulgores
eternos de Deus, pois é ali que Deus habita, e outros ressurgirão para o
anátema de sua própria corrupção, que é um tormento tão lancinante como o lago
de fogo e enxofre.
Minhas observações são dirigidas a todos, ricos, e
pobres, cativos e livres, grandes e pequenos. Não sinto animosidade contra
homem algum. Eu vos amo a todos, mas odeio alguns de vossos feitos. Sou vosso
melhor amigo e se (certas) pessoas não atingem seu alvo é sua própria culpa. Se
eu reprovar um homem e por isso for odiado, ele é um tolo; pois eu amo a todos,
especialmente estes meus irmãos e irmãs.
Regozijo-me ouvindo o testemunho de meus velhos
amigos. Vós não me conheceis; vós nunca conhecestes meu coração. Homem algum
conhece minha história. Não posso contá-la — jamais o farei. Não vos censuro
por me desacreditardes. Não tivesse eu experimentado o que experimentei, teria
desacreditado nela eu mesmo. Nunca fiz mal a ninguém desde que nasci no mundo.
Minha voz é sempre pela paz.
Não posso descansar até que todo meu trabalho
esteja terminado. Nunca penso mal nem faço coisa alguma em prejuízo do meu
semelhante. Quando eu for chamado pela trombeta do arcanjo e pesado na balança,
então todos vós ireis conhecer-me. Nada mais direi. Que Deus vos abençoe. Amém.
(Joseph Smith Jr, Conferência Geral de 6 de abril
de 1844)
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