BOYD K. PACKER - DISCURSO A TODO CONSELHO DE COORDENAÇÃO DA IGREJA

“DISCURSO A TODO CONSELHO DE COORDENAÇÃO DA IGREJA”
Presidente Boyd K. Packer
POR ELDER BOYD K. PACKER
18 de maio de 1993



O décimo segundo capítulo de Alma é como um campo repleto de pedras preciosas caídas sobre a superfície. Eu escolhi o trecho de um versículo, muito pequeno, muito precioso, apenas dezenove palavras, para usar como inspiração para meu discurso. “Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos para que não praticassem o mal...”. (Alma 12:32).


Trinta e oito anos atrás, vim de Brigham City (cidade do interior de Utah) para o escritório que agora ocupo no Edifício Administrativo da Igreja para ver o Élder Harold B. Lee, que, ao lado do Presidente Joseph Fielding Smith, era o membro mais velho do Quórum dos Doze. Acabara de ser nomeado supervisor de seminários e institutos de religião. Eu sabia que havia problemas sérios no sistema e me perguntei por que eles não haviam indicado alguém com mais experiência.

O Élder Lee concordou em me dar conselhos e algumas orientações. Ele não falou muito, nada realmente em detalhes, mas o que ele me disse me salvou uma e outra vez. "Você deve decidir agora qual caminho vai tomar", disse ele. “Você irá representar os professores e os alunos e defender suas causas ou representar os irmãos que o designaram. Você precisa decidir agora qual caminho vai tomar.” Então ele acrescentou: "alguns de seus antecessores tomaram o caminho errado". Foram necessárias algumas lições difíceis e dolorosas antes que eu entendesse seu conselho. Com o tempo, eu entendi, e minha decisão de encarar o caminho certo tornou-se irreversível.

            Uma das primeiras lições também foi minha primeira lição correlata ao conselho que recebi. Os seminários estavam patrocinando concursos de oratória. Eles tiveram muito sucesso - muito melhor do que concursos semelhantes patrocinados pela Associação de Melhoria Mútua (Mutual Improvement Association, organização da Igreja que existia e basicamente representava a organização de rapazes e moças.). Era uma atividade ideal para os seminários, centrada no evangelho. Eles foram bem-sucedidos com professores habilidosos, capazes de ajudar até os alunos tímidos. Fomos instruídos a descontinuá-los!

            Houve um levante entre os professores. Eles acusaram o superintendente Curtis dos Rapazes e a Presidente Reeder das Moças de serem responsáveis. Talvez eles fossem. Os professores queriam que o irmão Tuttle e eu defendêssemos a causa deles diante dos irmãos. A lógica estava do nosso lado. Não obstante, lembramos do conselho do irmão Lee e, realmente, por obediência, recusamos.

            Mais tarde, pude ver que os seminários serviam a apenas uma parte muito pequena de nossa juventude; o MIA (Mutual Improvement Association), a todos eles. Um programa nota 8 que alcançasse a maioria dos jovens traria, em conjunto, melhores resultados do que um programa nota 10 que alcançou relativamente poucos. Não foi até muitos anos depois, quando surgiram outros problemas, que eu pude ver que essas competições, embora fossem centradas no evangelho, levavam os professores a uma mentalidade orientada para a atividade e para longe da menos empolgante responsabilidade de ensinar o Antigo e o Novo Testamentos para adolescentes. Finalmente, pude ver que o próprio sucesso do programa era um inimigo.

            Outras lições se seguiram, algumas delas difíceis. Me pediram para escrever um artigo para o Improvement Era (Antiga revista da Igreja). Foi devolvido com o pedido de que eu mudasse algumas palavras. Eu fiquei magoado! as palavras de substituição não transmitiam exatamente o que eu estava tentando dizer. Fiquei um pouco desconcertado e me disseram que Richard L. Evans, então dos Setenta e editor da revista, havia pedido que as mudanças fossem feitas. Lembrei-me do conselho do irmão Lee. Eu tive que enviar o artigo corrigido. Agora, embora esse artigo esteja empilhado com ao menos de trinta e cinco anos de papel, fico feliz, muito feliz, porque se alguém o desenterrar, fui "convidado" a mudá-lo.

            Após uma de meus primeiros discursos na conferência geral, recebi uma ligação de Joseph Anderson. De uma maneira muito educada, ele disse que o Presidente McKay e seus conselheiros sugeriram que eu acrescentasse uma palavra ao texto do meu discurso. Eu me importaria de fazer isso? Na verdade, a palavra estava no meu texto, mas não consegui ler no púlpito. Uma lição muito embaraçosa - a Primeira Presidência! Foi mais fácil quando o Élder Evans corrigiu meu trabalho; ainda mais fácil quando um dos meus colegas teve a gentileza de fazê-lo.

            Na sexta-feira passada, enquanto reunia algumas coisas para uma apresentação, li parte dela para alguns irmãos da BYU. Notei que eles se entreolharam em uma parte da minha leitura e parei e perguntei se havia algum problema. Finalmente, um deles sugeriu que eu não usasse uma certa escritura que eu incluíra, embora ela dissesse exatamente o que eu queria transmitir. Como eles se atrevem a supor que um membro dos Doze não conhecia suas escrituras! Eu simplesmente disse: "O que você sugere?" Ele disse: “Melhor encontrar outra escritura” e apontou que, se eu colocasse esse versículo de volta no contexto, estava realmente falando sobre outro assunto. Outros o usaram como eu propus, mas não estava realmente correto. Fiquei muito feliz por fazer uma mudança.

            Agora você pode não precisar de uma de ajuda na correlação de assuntos, mas eu certamente preciso. Este irmão ficou depois da reunião para me agradecer por ter sido paciente com ele. Agradecer-me? Eu estava agradecido a ele. Se alguma vez eu fizer essa apresentação, só será depois que alguns de nossos funcionários do Departamento de Correlação (o Correlation Program começou em 1908 como um programa para reformar os manuais de instruções e o currículo das diferentes organizações da igreja.) a verificarem para mim.

            Agora, dou todo o crédito a você por saber mais sobre o seu trabalho do que qualquer outra pessoa - mais do que certamente a equipe do Departamento de Correlação. É assim que deve ser, pois você foi contratado ou chamado para ser um especialista. Sei também por experiência própria como é fácil se virar, como o irmão Lee avisou, e encarar o caminho errado.

            Por mais que você saiba sobre o seu trabalho, duvido que saiba ou tenha tempo para aprender, tanto quanto a equipe do Departamento de Correlação sobre como seu trabalho interage com tudo o que está acontecendo. O Conselho dos Doze Apóstolos é o Departamento de Correlação, com o Presidente dos Doze e os dois membros seniores atuando como comitê executivo. O Departamento de Correlação é o único departamento em que são contratados para serem generalistas. Eles representam os Irmãos ao apontar para você áreas em que, em um detalhe ou outro, pode, no interesse geral do programa, precisar fazer um ajuste ou dois.

            O princípio da correlação é um princípio sólido. Se não tivesse sido estabelecido, não poderíamos agora administrar uma igreja multinacional e multilíngue cada vez maior. O propósito completo de ter sido estabelecido, eu sei, ainda está para ser realizado. Se negligenciarmos, pagaremos um preço muito, muito alto, um dia. O valor de ter lutado por todos esses anos, e não há muitos por aí que tenham lutado, um dia será aparente. O maior uso disso ainda está por vir.

            A responsabilidade de efetuar uma redução e simplificação dos programas foi atribuída pela Primeira Presidência ao Departamento de Correlação. Só tivemos um sucesso modesto na melhor das hipóteses. Talvez apenas por ter retardado o crescimento seja recompensa suficiente por todo o esforço que foi feito. Existem isoladas histórias de sucesso. O Departamento de Música, captando a visão, reduziu cinco manuais de 190 páginas em um manual de 18 páginas. Eles mesmos fizeram isso e se consideram melhores por isso.

            Talvez muitos de nós sejam fortes defensores de nosso trabalho especializado ou sejam protetores tão fortes de nosso território que tomamos o caminho errado - talvez apenas de lado. Simplificação e redução devem vir. Simplificação e redução virão! Se não pudermos fazer isso sozinhos - e parecemos estar nessa circunstância - o futuro nos verá fazendo, com pressa ansiosa, o que poderíamos ter feito com cuidado deliberado se seguíssemos a visão que nos foi dada.

            Certamente você tem observado ansiosamente a evaporação mundial de valores e padrões da política, governo, sociedade, entretenimento e escolas. Você poderia estar servindo na Igreja sem ter se voltado para as páginas das revelações e para as declarações em que os profetas falam dos últimos dias? Você poderia, ao trabalhar para a Igreja, não estar consciente ou ter ignorado as advertências? Você poderia ser cego para a tendência que estamos sendo colocados? Você não está consciente da tendência que está ocorrendo na Igreja? Você poderia acreditar que, além da crítica, todos nós trabalhamos juntos e deixamos de lado interesses pessoais e todos encaramos da mesma maneira?

            É tão fácil tomar outro caminho sem perceber que isso aconteceu conosco. Existem três áreas em que os membros da Igreja, influenciados por distúrbios sociais e políticos, estão sendo apanhados e levados. Escolhi esses três porque eles invadiram grandes espaços entre os membros da Igreja. Em cada uma delas, a tentação é virar e encarar o caminho errado, e é difícil resistir, pois fazê-lo parece tão razoável e correto.

            Os perigos de que falo vêm do movimento LGBT, o movimento feminista (ambos relativamente novos) e o desafio sempre presente dos chamados estudiosos ou intelectuais. Nossos líderes locais devem lidar com os três com uma frequência cada vez maior. Em cada caso, os membros que estão sofrendo têm a convicção de que a Igreja de alguma forma está fazendo algo errado com os membros ou de que a Igreja não está fazendo o suficiente por eles. Para ilustrar, citarei brevemente as cartas de cada um desses assuntos. Eles são escolhidos dentre muitas cartas que chegaram nas últimas semanas. Estes chegaram há alguns dias.


O desafio de gays / lésbicas
O primeiro é de um jovem, possivelmente um ativista dos direitos dos gays:

“3 de maio marca meu 18º ano na Igreja. Como mórmon gay, testemunhei e experimentei em primeira mão, durante esses dezoito anos, como é ser um homossexual em uma igreja que às vezes chega ao menos aceitar seus membros gays. Minhas experiências vão desde encontros incríveis, cheios de Espírito e amorosos com membros, bispos e presidentes de estaca, até um desdém risível com um Presidente de Missão que está partindo. Posso compartilhar com você algumas das lembranças mais permanentes e significativas?”
Depois de uma ou duas páginas, ele disse:

“Então, em um espírito de amizade, ofereço o que tenho para dar - a experiência de vida de um mórmon gay. Para sua conveniência, ficaria feliz em encontrá-lo para discutir as questões enfrentadas pelos santos dos últimos dias gays e pela Igreja. O objetivo da reunião não é debater, ou presumivelmente chamá-lo ao arrependimento, ou ser chamado ao arrependimento por ser gay. O objetivo é nos reunir e compartilhar o que temos para o bem do Reino e a promoção da Vontade do Senhor na Terra”.

O movimento feminista
A próxima citação é de uma mulher que está sofrendo e talvez se pergunte se alguém além das feministas se preocupa com seus problemas:

"Fico chateada por sempre ter sido aconselhada a voltar e me esforçar mais para ser continuar a ser abusada. Preciso de algum conforto, preciso de consolo, preciso de esperança, preciso saber que o Pai Celestial vê tudo o que eu tenho suportado. Que esperança tenho da chance de viver com o Pai Celestial? Se o casamento no templo é a chave do [reino] celestial, onde estou? Lá fora rangendo os dentes por toda a eternidade? Ajude-me."
Os estudiosos
O último é de um auto intitulado intelectual:

“Minha preocupação é que os irmãos estejam disputando com os próprios estudiosos da igreja... Na Igreja Católica, os esforços dos grandes estudiosos foram usados pela Igreja para refinar e fortalecer a doutrina (Santo Agostinho, Thomas de Aquino, por exemplo). Em nossa Igreja, os eruditos são humilhados e até banidos [e ele cita três deles, e eles seriam nomes que todos vocês conheceriam]. Mais uma vez, estendo uma oferta para ser um pacificador entre os Irmãos e os estudiosos, uma vez que conheço tantos em ambos os grupos. Mais do que isso, eu entendo a mentalidade de ambos os grupos”.
Essas cartas e outras centenas são de membros que estão sofrendo ou líderes preocupados. Posso dizer aqui que, nas últimas semanas, vejo uma mudança nas cartas chegando. Não há tempo para falar sobre isso agora, mas na Igreja há outro grupo crescente de descontentes. Que é quem está tentando fazer o que deveriam fazer e se sentem negligenciados enquanto nos concentramos em resolver os problemas das exceções.

Aqueles que estão sofrendo pensam que não são entendidos. Eles estão procurando um campeão, um advogado, alguém com cargo e influência de quem possam receber conforto. Eles nos pedem para falar sobre seus problemas na conferência geral, colocar algo no currículo ou fornecer um programa especial para apoiá-los em seus problemas ou com seu ativismo.

Quando os membros estão sofrendo, é tão fácil convencer-nos de que estamos justificados, e até obrigados, a usar a influência de nosso compromisso ou nosso chamado para representá-los de alguma forma. Tornamo-nos então seus advogados - simpatizamos com suas queixas contra a Igreja e talvez até amolecemos os mandamentos para confortá-los. Inconscientemente, podemos nos virar e encarar o caminho errado. Então os canais de revelação são invertidos. Deixe-me dizer isso de novo. Então os canais de revelação são invertidos. Em nossos esforços para confortá-los, perdemos o rumo e deixamos desprotegido o chamado à qual fomos designados. A questão não é se eles precisam de ajuda e conforto. É óbvio. A pergunta é "como?" O Profeta Joseph Smith, quando organizou a Sociedade de Socorro, disse: “Há necessidade de decisões de caráter além da simpatia”.

Mães que trabalham
Para ilustrar os princípios que se aplicam a todos esses problemas, tomei um em comum: mães que trabalham. O Presidente Ezra Taft Benson deu um discurso para esposas e mães. Houve uma reação dentro da Igreja. (Dez anos atrás, isso não teria acontecido.) Isso foi muito interessante, porque se você ler atentamente o discurso dele, foi, na maior parte, simplesmente uma compilação de citações sobre o assunto dos profetas que o precederam.

Algumas mães devem trabalhar fora de casa. Não há outro caminho. E nisso eles estão justificadas e, por isso, não devem ser criticadas. Não podemos, no entanto, por causa do desconforto causado pela situação difícil, abandonar uma posição que foi ensinada pelos profetas desde o início desta dispensação. A questão então é: "Como podemos consolar aquelas que estão justificadas sem dar licença para aquelas que não estão?"

O conforto de que precisam é melhor, na maioria das vezes, administrado individualmente. Apontar histórias de sucesso conhecidas, inferindo que uma carreira fora de casa não tem efeito negativo sobre a família, é um convite a muitos que se afastem do que foi ensinado pelos profetas e, assim, fazem com que os membros colham aos poucos desapontamentos.

            Acho que o Presidente Thomas S. Monson pode não gostar do que vou dizer agora. Não conheço ninguém que mantenha um ministério privado tão grande de conselhos e consolo em meio a fortes pressões de cargo que o irmão Monson. Ele fala muito pouco sobre isso, mas visita doentes, hospitais, casas, confortando, aconselhando, pessoalmente e por escrito. Contudo, nunca o ouvi no púlpito, nem li nada em seus escritos - nada - que daria licença a qualquer membro para se afastar do conselho dos profetas ou para suavizar os mandamentos que o Senhor deu. Existe uma maneira de dar o conforto necessário.

Se não tomarmos muito cuidado, pensaremos que estamos confortando aqueles poucos que estão justificados e, na verdade, daremos licença a muitos que não o são. O processo de correlação é projetado para nos impedir de cometer erros nos manuais, nas publicações, nos filmes, nos vídeos, nos programas especializados.

Essas dezenove palavras de Alma declaram: “Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos para que não praticassem o mal...”. Há muitas coisas que não podem ser entendidas, ensinadas nem explicadas, a menos que seja nos termos do plano de redenção. As três áreas que mencionei estão entre elas. A menos que compreendam o plano básico - a existência pré-mortal, os propósitos da vida, a queda, a expiação, a ressurreição - a menos que compreendam que, os solteiros, os abusados, os deficientes, os abandonados, os viciados, os decepcionados, aqueles com desorientação de gênero, ou os intelectuais não encontrarão conforto duradouro. Eles não podem pensar que a vida é justa, a menos que conheçam o plano de redenção.
Aquele jovem com desorientação de gênero precisa saber que o gênero não foi designado no nascimento mortal, que éramos filhos e filhas de Deus no estado pré-mortal.

A mulher que pede ajuda precisa ver a natureza eterna das coisas e saber que suas provações, por mais difíceis que sejam, no esquema eterno das coisas podem ser comparadas a uma experiência muito, muito ruim na primeira série escolar. Ela não encontrará paz duradoura no movimento feminista. Lá ela não terá esperança. Se ela conhece o plano de redenção, pode estar cheia de esperança.

Quem supõe que “entende a mentalidade de ambos os grupos” precisa entender que as doutrinas do evangelho são reveladas pelo Espírito aos profetas, e não pelo intelecto aos estudiosos.
Somente quando tiverem algum conhecimento do plano de redenção é que entenderão as supostas desigualdades da vida. Somente então eles entenderão os mandamentos que Deus nos deu. Se não ensinarmos o plano de redenção, tudo o que fizermos por meio de programas, atividades e instruções não será suficiente.

“Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos para que não praticassem o mal...”. Enfrentamos invasões da intensidade e seriedade que nunca enfrentamos antes. Agora é necessário estar unido a todos que estão enfrentando o mesmo caminho. Então a luz do sol da verdade, passando por cima de nossos ombros, marcará o caminho a seguir. Se por acaso mudarmos para o caminho errado, ocultaremos nossos olhos dessa luz e falharemos em nossos ministérios.

Deus conceda que um testemunho da redenção e conhecimento da doutrina esteja tão fundamentalmente em nossas mentes e corações que avançaremos com sua aprovação. Esta igreja prevalecerá. Não existe poder que possa impedir o trabalho em que estamos envolvidos. Presto testemunho disso e daquele que é nosso redentor, presto testemunho em nome de Jesus Cristo. Amém.

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